
"A arte milenar da Korea"
A história das Artes marciais
A arte marcial surgiu na China há milhares de anos.
Segundo um conto clássico da mitologia chinesa, no período dos soberanos míticos (4.000 a 2.000 AC) houve uma grande guerra entre Huang Di, o Imperador Amarelo, e Chiu Yuy, o Deus da violência, que era a própria encarnação do caos universal.
Após várias batalhas sem vencedor, Huang Di, através de uma revelação mística, foi exposto aos os segredos das artes marciais, possibilitando ao Imperador Amarelo compreender a natureza do combate e assim vencer Chi You.
Embora esse relato seja apenas mitológico, é de grande importância para os artistas marciais, porque traz luz à origem da arte marcial, a partir da análise das guerras e combates, da natureza, principalmente dos animais.
Há registros da existência concreta do Kong-Fu desde 500 AC, a partir desse pondo, as artes marciais começaram a se diversificar e espalhar, alcançando outras regiões do oriente, como o atual Japão. Lá surgiu o Karatê.
O Karatê-dô (em japonês: 空手道) se desenvolveu a partir da arte marcial autóctone de Okinawa sob forte influência do chuan fa chinês (derivado do Kong-Fu). Essa influência foi maior por parte dos estilos mais fluidos e pragmáticos da China meridional. Seu repertório técnico adotou, principalmente, os golpes contundentes — atemi waza —, como pontapés, socos, joelhadas, etc., executadas com as mãos desarmadas. Todavia, técnicas de projeção, imobilização e bloqueios — nage waza, katame waza, uke waza — também foram adotas e aprimorados.
No Japão, o Karatê a evolução da arte marcial aconteceu influenciada por grandes mestres, que a conduziram e assentaram suas bases, resultando no Karatê básico atual. A partir do início do século XX, surgiram diversas variações de escolas, que foram registradas como as variações da arte, pretendendo difundir seu modo peculiar de entender o Karatê. As mais conhecidas são: Goju, Shotokan, Wado, Shorin, Shito, etc, os quais usam os sufixos do, kan, ryu ou kay para expressar caminho, escola, união, associação. Mais tarde, os estilos subdividiram-se em linhagens, cada mestre enfatizando peculiaridades e variando os treinamentos educativos...
As artes marciais seguiram também para a região coreana, vindas tanto da China antiga, quanto do Japão. Em 670 d.c. a Coréia era dividida em três reinos: Kogoryo, Baek Je e Silla, este o menor deles, que era constantemente invadido e saqueado pelos seus dois vizinhos.
Para defender Silla, foi criado um grupo de guerreiros, formado por jovens oficiais militares e aristocratas, que além de treinados em diversas formas de luta e manejo de armas (lança, arco e flecha, bastão,...) tinham severa disciplina física e mental. Este grupo transformou-se em um temido e respeitado corpo de guerreiros de elite chamado HWA-RANG (semelhante aos samurais do Japão). As mais antigas crônicas coreanas, Samguk-Gaghi e Samguk-Yusa, descrevem em vários parágrafos que os Hwarangdo se exercitavam basicamente na prática do Taekkyon. Que possibilitou ao reino a unificação da península.
O Taekkyon foi formado a partir de varias artes marciais como o Karatê Shotokan, Kong-Fu, etc. Nasceu, assim o Kong-Soo–Do, baseado quase que exclusivamente no estilo japonês, mas com a influência das artes já existentes na região, foi incorporado o uso do quadril para chutes mais potentes e altos, além da filosofia de auto-superação. Essa arte foi evoluindo junto com a Coréia, e se fundou como a base fundamental e marcial do esporte conhecido hoje como Taekwondo.
Após a libertação da Coréia em 1945, (rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial) com a formação da nova República Coreana e a reorganização de suas Forças Armadas (1946), um jovem segundo-tenente chamado CHOI GONG HI, recentemente solto de um campo de prisão japonês, começou a ensinar artes marciais para alguns de seus soldados.
Os anos de pesquisa e desenvolvimento do então General CHOI HONG HI, resultaram no estilo CHANG HUN (seu pseudônimo). Apesar de baseado principalmente nas técnicas de SOO BAK GI, TAEK KYON E KARATÊ, muitas técnicas foram adicionadas e aperfeiçoadas chegando ao Kong Soo Do.
Em 1955 (durante a Guerra da Coréia), uma junta de instrutores e historiadores e outras personalidades proeminentes liderados pelo General CHOI, escolheu como TAEKWON-DO (TAE: ação dos pés; KWON: ação das mãos e punhos; DO: caminho - filosoficamente) o nome da nova arte marcial coreana, por significar adequadamente o que representa e também por lembrar o antigo TAEK KYON, reanimando, assim, o senso de patriotismo coreano.
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